Inteligência Artificial no Setor Financeiro: Como IA Está Revolucionando Fintechs, Open Finance e Bancos Digitais

O mercado de ações sempre foi um ambiente desafiador, onde investidores adotam diferentes estratégias para alcançar o sucesso. Entre as mais conhecidas estão o value investing (investimento em valor) e o growth investing (investimento em crescimento).
Este artigo explora ambas as abordagens através de estudos de caso de investidores que, no Brasil e no exterior, conseguiram construir fortunas ou conquistar grandes resultados no mercado de ações.
Antes de mergulharmos nos casos reais, é importante entender o que distingue essas duas abordagens de investimento:
Value Investing: Essa estratégia, popularizada por Benjamin Graham e Warren Buffett, foca em encontrar ações subvalorizadas no mercado. O objetivo é comprar papéis que estão sendo negociados abaixo de seu valor intrínseco, com a expectativa de que o mercado corrija essa distorção e o preço das ações suba.
Growth Investing: Nessa estratégia, o foco está em empresas com alto potencial de crescimento. Os investidores estão dispostos a pagar um prêmio por ações de empresas que prometem crescer rapidamente em termos de receita e lucros no futuro, mesmo que essas ações estejam com múltiplos elevados no momento da compra.
Ambas as abordagens têm seus defensores e detratores, mas a escolha entre elas depende do perfil de cada investidor e do momento do mercado.
Warren Buffett é, sem dúvida, um dos investidores mais admirados no mundo, e grande parte de sua fortuna foi construída com base nos princípios do value investing.
Nascido em 1930, Buffett começou a investir muito jovem e, com o tempo, aprimorou sua estratégia de identificar ações subvalorizadas e empresas com potencial de crescimento a longo prazo.
Buffett aprendeu os fundamentos do value investing com seu mentor, Benjamin Graham, o pai dessa filosofia. Graham ensinou a Buffett a importância de comprar ações que estão sendo negociadas a preços abaixo de seu valor intrínseco, ou seja, ações de empresas que o mercado está temporariamente subestimando.
A diferença fundamental de Buffett em relação a muitos outros investidores é a sua paciência e o foco na qualidade das empresas em que investe.
Ele não procura apenas ações baratas; ele busca empresas com sólidas vantagens competitivas e que tenham capacidade de resistir ao tempo, o que ele chama de "fosso econômico".
Um dos exemplos mais icônicos de sua filosofia de value investing é seu investimento na Coca-Cola nos anos 80.
A Coca-Cola, na época, não estava em seu melhor momento, mas Buffett enxergou seu valor de marca e a incrível capacidade de geração de caixa.
Ele acreditava que a empresa era subvalorizada pelo mercado e, assim, fez uma grande aposta nela. O resultado? Esse investimento tornou-se um dos mais lucrativos de sua carreira, e até hoje a Coca-Cola faz parte do portfólio da Berkshire Hathaway, holding que Buffett administra.
Outro exemplo clássico foi o investimento na American Express durante os anos 60. Naquela época, a empresa enfrentava uma crise de confiança após um escândalo financeiro. Buffett percebeu que, apesar do problema, a marca American Express tinha um valor imensurável, e que a empresa tinha a capacidade de superar a crise.
Ele comprou as ações quando estavam baratas e, com o tempo, o mercado reconheceu o verdadeiro valor da empresa. Isso resultou em mais um enorme sucesso para Buffett.
Uma das principais marcas do estilo de investimento de Buffett é o seu foco no longo prazo. Ao contrário de muitos investidores que buscam ganhos rápidos, Buffett acredita que o sucesso vem de comprar empresas sólidas e manter os investimentos por décadas.
Ele frequentemente afirma que o período ideal para manter uma ação é "para sempre", desde que a empresa continue a apresentar bons fundamentos.
Buffett também evita empresas que ele não entende completamente. Seu lema "invista no que você conhece" é um dos pilares de sua estratégia.
Isso o levou a evitar a bolha das empresas de tecnologia no final dos anos 90 e início dos anos 2000, quando muitos investidores correram para ações de empresas da internet que, mais tarde, colapsaram.
Enquanto muitos perderam fortunas com a bolha da internet, Buffett permaneceu firme em suas convicções, focado em empresas com fundamentos sólidos.
Além de comprar ações subvalorizadas, Buffett sempre valorizou empresas que pagam bons dividendos. Ele acredita que empresas capazes de gerar fluxo de caixa estável e recompensar seus acionistas com dividendos são mais resistentes e sustentáveis a longo prazo.
Isso faz com que ele prefira ações de empresas como a Coca-Cola, American Express e Johnson & Johnson, que oferecem dividendos consistentes e em crescimento ao longo dos anos.
O que realmente diferencia Warren Buffett da maioria dos outros investidores é sua paciência. Ele é conhecido por não se deixar levar pelo ruído do mercado, mantendo-se firme em sua estratégia mesmo em períodos de crise.
Ele costuma dizer que "o mercado de ações é um mecanismo de transferência de dinheiro dos impacientes para os pacientes", resumindo perfeitamente sua filosofia.
Buffett também pratica uma forma de gestão chamada de "gestão passiva ativa". Embora ele monitore suas participações e entenda os negócios em que investe, ele não interfere na gestão das empresas.
Em vez disso, confia nos gestores competentes dessas empresas para continuar o trabalho. Isso também é um reflexo de sua filosofia de confiança na liderança das empresas.
O estilo de investimento de Warren Buffett ensina uma série de lições valiosas para qualquer investidor:
Warren Buffett é um exemplo atemporal do sucesso do value investing. Sua habilidade de identificar ações subvalorizadas com potencial de crescimento e manter a paciência em tempos de incerteza o tornaram uma lenda no mundo dos investimentos.
Para quem deseja seguir os passos de Buffett, as palavras-chave são qualidade, preço justo e paciência. Mesmo em tempos de volatilidade, o value investing continua sendo uma estratégia poderosa, e Warren Buffett é a prova viva de seu impacto duradouro
Jorge Paulo Lemann, um dos homens mais ricos do Brasil e cofundador do 3G Capital, é frequentemente lembrado por sua capacidade de adaptar os princípios do value investing ao cenário brasileiro e global.
Embora Lemann não seja um seguidor estrito do value investing da maneira que Warren Buffett é, sua estratégia compartilha muitos elementos com essa filosofia, especialmente no que diz respeito a comprar empresas subvalorizadas, com grande potencial de crescimento, e implementar uma gestão eficiente para maximizar o valor.
Lemann é conhecido por seu foco em empresas com marcas fortes e potencial de crescimento a longo prazo, características que são muito valorizadas no value investing.
No entanto, ele combina isso com uma abordagem única de gestão rígida de custos e meritocracia, o que diferencia sua estratégia de investimento de muitos outros investidores focados apenas na compra de ações subvalorizadas.
Ao longo de sua carreira, Lemann buscou empresas onde ele pudesse agregar valor não apenas comprando ações, mas também reformulando a forma como essas empresas eram geridas.
Seu objetivo não era simplesmente esperar que o mercado percebesse o valor intrínseco da empresa, mas reestruturar essas empresas para liberar esse valor.
Uma das histórias mais emblemáticas do sucesso de Lemann é a criação da Ambev, resultado da fusão das cervejarias Brahma e Antarctica.
Antes da fusão, a Brahma já estava sob controle do grupo de Lemann e sua equipe, que, ao adquiri-la, implementaram uma gestão extremamente eficiente e focada na redução de custos.
Esse modelo de gestão, inspirado em práticas internacionais, como o modelo de gestão enxuta (lean management), focava em cortar desperdícios e aumentar a eficiência operacional, um dos pilares da estratégia de Lemann.
Com a fusão que criou a Ambev, o grupo consolidou o controle de uma parcela significativa do mercado de cerveja no Brasil, o que lhes permitiu maximizar as margens de lucro e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade do produto e expandir globalmente.
Esse crescimento impressionante culminou na formação da maior cervejaria do mundo, a AB InBev, após a fusão com a belga Interbrew.
Após o sucesso no Brasil, Lemann e seus sócios da 3G Capital expandiram sua estratégia globalmente.
Em 2013, o 3G Capital adquiriu a icônica marca americana de ketchup Heinz por meio de uma parceria com Warren Buffett e a Berkshire Hathaway, o que destaca a sinergia entre a filosofia de investimentos dos dois gigantes.
Assim como fez com a Ambev, Lemann e sua equipe implementaram uma gestão focada na redução de custos, aumentando a eficiência da Heinz sem comprometer a qualidade do produto.
Posteriormente, em 2015, a Heinz se fundiu com a Kraft, criando a Kraft Heinz Company, um dos maiores conglomerados alimentícios do mundo.
Apesar de ser um dos negócios mais marcantes do 3G Capital, a Kraft Heinz enfrentou desafios nos anos seguintes, com o mercado mudando rapidamente para produtos mais saudáveis e frescos, algo que a empresa demorou a acompanhar.
Esse é um lembrete de que, embora o value investing e a eficiência de gestão possam gerar grandes ganhos, é fundamental adaptar-se às mudanças nas demandas do mercado.
Um ponto central da estratégia de Lemann é sua crença na meritocracia e em uma cultura corporativa de alta performance.
Ele é conhecido por implementar uma estrutura em que os melhores talentos são recompensados, e aqueles que não se alinham aos altos padrões são substituídos. Essa abordagem cria um ambiente de trabalho altamente competitivo, onde eficiência e resultados são priorizados.
Em muitas de suas empresas, Lemann corta benefícios excessivos e bonifica aqueles que atingem metas ambiciosas.
Esses princípios são fortemente influenciados por sua experiência pessoal com esportes de alto desempenho – Lemann foi um jogador de tênis competitivo, o que moldou sua visão de disciplina e meritocracia.
Enquanto Warren Buffett é famoso por investir e manter empresas bem gerenciadas por décadas, sem interferir diretamente na gestão, Lemann leva uma abordagem ativa, implementando mudanças profundas na gestão das empresas que adquire.
Isso é visível tanto na Ambev quanto na Kraft Heinz, onde ele e sua equipe transformaram drasticamente as operações, buscando maximizar o valor das empresas por meio de redução de custos e reestruturação interna.
Essa abordagem ativa destaca um aspecto diferenciado da adaptação do value investing de Lemann no Brasil e globalmente. Ele vê não apenas ações subvalorizadas, mas também oportunidades de transformação organizacional para extrair valor adicional.
A história de Jorge Paulo Lemann oferece várias lições importantes para investidores:
Jorge Paulo Lemann trouxe uma abordagem única ao value investing, combinando os princípios de identificação de empresas subvalorizadas com um estilo de gestão ativa e focada em eficiência.
Sua trajetória com empresas como Ambev e Kraft Heinz demonstra o poder de transformar organizações por meio de reestruturação, corte de custos e fortalecimento de marcas.
O legado de Lemann no Brasil e no exterior reforça a ideia de que, com as ferramentas certas, é possível adaptar estratégias globais de investimento ao mercado local, criando valor em todas as etapas do processo.
Se Warren Buffett é o símbolo do value investing, Cathie Wood é o ícone atual do growth investing.
Fundadora da ARK Invest, Cathie Wood se tornou famosa ao apostar em empresas inovadoras e de alto crescimento, especialmente no setor de tecnologia.
Em um período onde muitos ainda estavam céticos sobre empresas como Tesla, ela já acreditava que essas companhias iriam liderar o futuro, justificando múltiplos elevados.
A ARK Invest focou em empresas que, de acordo com Wood, estavam em "tendências de crescimento exponencial", como veículos elétricos, inteligência artificial e biotecnologia.
Embora sua estratégia seja vista como arriscada, Cathie Wood provou que a visão de longo prazo pode gerar retornos impressionantes, principalmente quando se aposta em tecnologias disruptivas.
Lição: O growth investing envolve maiores riscos, mas pode trazer retornos espetaculares para aqueles que enxergam o futuro com clareza.
No Brasil, Gustavo Cerbasi, famoso autor e consultor financeiro, também é um defensor do investimento em crescimento.
Embora Cerbasi promova uma filosofia conservadora para iniciantes, em sua própria carteira de investimentos ele tem demonstrado confiança em empresas brasileiras com potencial de crescimento, especialmente no setor de tecnologia e fintechs.
Cerbasi sempre ressaltou a importância de olhar para empresas com modelos de negócios escaláveis e que estejam em setores altamente inovadores.
Ele acredita que a educação financeira é crucial para que os brasileiros possam aproveitar essas oportunidades de crescimento de maneira segura.
Lição: O growth investing no Brasil tem um espaço crescente, especialmente com o surgimento de setores como tecnologia e serviços digitais.
Peter Lynch, ex-gestor do fundo Fidelity Magellan, é um exemplo interessante de alguém que misturou value investing e growth investing.
Lynch acreditava que as melhores oportunidades estavam nas empresas que ele chamava de "growthers a preços de barganha" – ou seja, empresas que estão crescendo rapidamente, mas que ainda podem ser adquiridas a preços baixos.
Ele escreveu sobre a importância de entender a empresa em que se está investindo. Lynch frequentemente visitava empresas, conversava com gestores e tentava descobrir detalhes sutis que o mercado não havia percebido.
Essa abordagem permitiu que ele identificasse joias escondidas, gerando retornos extraordinários para seus investidores.
Lição: Uma abordagem híbrida pode ser eficiente, combinando o crescimento com um preço justo, desde que haja pesquisa aprofundada.
Enquanto o value investing foca em encontrar barganhas, o growth investing procura empresas com potencial para crescer exponencialmente. No entanto, essas abordagens não são mutuamente exclusivas. Muitos investidores de sucesso, como Peter Lynch, combinaram essas duas estratégias para maximizar os retornos.
Para escolher entre essas estratégias, os investidores precisam considerar seu horizonte de tempo, tolerância ao risco e conhecimento de mercado.
O value investing tende a ser mais conservador e de longo prazo, enquanto o growth investing é mais dinâmico e muitas vezes demanda maior apetite por risco.
Não existe uma estratégia de investimento única que funcione para todos os investidores.
O que funciona para alguém como Warren Buffett, que prefere empresas consolidadas e de valor intrínseco, pode não funcionar para alguém com o perfil de Cathie Wood, que busca a próxima grande inovação tecnológica.
Se você está apenas começando no mundo dos investimentos em ações, uma boa abordagem pode ser diversificar sua carteira com empresas de ambos os perfis – valor e crescimento. Dessa forma, você poderá capturar o melhor dos dois mundos, equilibrando segurança e potencial de crescimento.
Quer aprender mais sobre outras estratégias de investimento que podem maximizar seus ganhos? Explore outros artigos no blog Osmose Financeira e descubra como grandes investidores constroem suas fortunas com métodos variados!
Comentários
Postar um comentário